quinta-feira, 10 de maio de 2012

Menopausa

A
terapia com estrogênio, hormônio que o organismo da mulher deixa de produzir quando atinge a menopausa, não é necessária apenas para aliviar os sintomas desse período. Um estudo feito nos Estados Unidos comprovou que a reposição do estrogênio no organismo também reduz os riscos de demência. Mas os pesquisadores alertam: a proteção só ocorre se a terapia é feita na época da menopausa.

Feito pela Universidade da Califórnia em San Francisco, o estudo avaliou a informação de 5.504 mulheres pós-menopausa que participaram de um programa do governo, respondendo a questionários periódicos por quase 50 anos.
De acordo com Kristine Yaffe, chefe da psiquiatria geriátrica da universidade e principal autora do estudo, a pesquisa foi realizada porque estudos anteriores tinham chegado a resultados diferentes com relação aos efeitos do estrogênio. Por um lado, estudos moleculares e em animais mostraram que o estrogênio faz bem para a saúde, principalmente quando a terapia começa cedo. Mas estudos em humanos revelaram que o hormônio estava associado a um risco maior de demência.
Para resolver a dúvida, Yaffe avaliou o quanto a influência do estrogênio sobre a demência tinha a ver com o período em que o hormônio era tomado (se antes ou depois da menopausa) e o quanto era influenciado pela idade das mulheres.
Segundo Yaffe, os resultados confirmaram que os efeitos do estrogênio dependem da época em que a mulher ingere o hormônio. Aquelas que tomaram estrogênio apenas na meia idade tiveram um risco 26% menor de sofrer com demência na velhice em comparação com as mulheres que nunca fizeram a terapia hormonal.
Já as mulheres que iniciaram a terapia somente na velhice, anos depois da menopausa, tiveram um risco 48% maior de sofrer com demência. E aquelas que tomaram estrogênio tanto na meia idade quanto na velhice tiveram o mesmo risco na comparação com as que nunca tomaram o hormônio.
Para Yaffe, o estudo é importante por duas razões. Primeiro, porque confirma que ingerir estrogênios muito tarde pode aumentar o risco de demência.
- Com a idade avançada, as mulheres não devem iniciar a terapia na esperança de impedir a demência.

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Segundo, por ficar claro que o estrogênio tem capacidade de proteger a mulher contra a demência se ela faz a terapia na época da menopausa, e não com a idade mais avançada.

- Nós não sabemos o porquê disso, mas estudos prévios indicam que, durante a menopausa, o estrogênio melhora a atividade dos neurônios e reduz as chances de o cérebro sofrer as consequências do mal de Alzheimer (um dos causadores da demência).
De qualquer maneira, Yaffe ressalta que as pessoas devem tomar cuidado com os resultados do estudo.
- Esse foi um estudo observacional. Os resultados são apenas indicativos, e não uma prova confirmatória.
Para a pesquisadora, é preciso dar alguns passos atrás e reavaliar cuidadosamente o uso do estrogênio.
- Minha esperança é que essa pesquisa abra as portas para outros estudos.

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